Provavelmente, o autor desta epístola seja Tiago, um dos filhos de José e Maria e assim meio-irmão de Jesus. Assim como outros membros da família, Tiago não aceitava o fato de Jesus ser o Cristo (1Co 15.7); no entanto, depois da ressurreição, Tiago chegou a ser ancião da Igreja em Jerusalém e era respeitado como líder da Igreja Primitiva (veja At 15.6-21 relacionado à sua função no Concílio de Jerusalém).
De acordo com o historiador Josefo, Tiago foi martirizado em 62 d.C. Portanto, esta epístola só pode ter sido escrita antes dessa data. Esta epístola foi endereçada a uma igreja simples, dirigida por mestres e anciãos que se reuniam em assembleias ou sinagogas (Tg 2.2). Tais condições eram comuns aos crentes de Jerusalém entre 45 e 60 d.C. Contudo o capítulo também indica que ela pode ter sido escrita em 48 d.C., pouco antes da reunião do Concílio de Jerusalém descrito em At 15.
Possivelmente, Tiago tenha sido o primeiro livro do Novo Testamento a ser escrito.
Contexto: A Epístola de Tiago foi escrita, provavelmente, em Jerusalém, onde Tiago serviu como pastor.
Propósito: Tiago escreveu esta epístola como orientação pastoral prática aos judeus cristãos que foram dispersos pela perseguição.
Destinatários: A referência de Tiago às “doze tribos que se encontram na Dispersão” pode ter sido uma descrição figurada do corpo dos cristãos dispersos entre as nações incrédulas (Tg 1.1). Mas a referência a um distinto corpo de judeus crentes parece indicar que Tiago estava escrevendo para judeus cristãos. Acontecimentos históricos forçaram os judeus a fugirem de sua pátria, Judéia, e a estabelecerem-se em áreas onde o evangelho ainda não tinha chegado. Tiago os exorta como crentes — alguns dos quais tinham sido anteriormente membros da congregação de Jerusalém — e engajados na missão deles. Para tanto, instruiu-os a amadurecer como cristãos e persuadiu-os para que assumissem suas responsabilidades pelo próprio progresso espiritual.
Tiago estava ciente da luta que seus leitores enfrentariam ao levar avante sua fé cristã sob a perseguição. Ele ofereceu a eles palavras de encorajamento e os alertou para focalizarem na vitória, que, realmente, pertenceria a eles. Além disso, Tiago forneceu conselhos práticos aos problemas da igreja, cuja comunhão estava ameaçada pela falta de amor, pelo discurso não-cristão e atitudes amargas.
Para alcançar a maturidade espiritual descrita nesta epístola, Tiago alertou os crentes a desenvolverem sua fé na sabedoria superior de Deus (Tg 3.17-18). Ele os fez relembrar de que tinham uma escolha: poderiam entregar-se ao pecado e sofrer trágicas consequências ou manter as promessas permanentes à maturidade da fé, aceitando as provações que, inevitavelmente, viriam. Tiago afirmava que a segunda escolha produziria paciência e iria aperfeiçoá-los e completá-los como cristãos (Tg 1.2-4).
O tema predominante da Epístola de Tiago é como desenvolver uma fé perseverante.
I. Desenvolvendo uma fé perseverante (1.2-27)
A. A fé é testada (1.2-18)
B. A fé é ativa (1.19-27)
II. Prática da fé perseverante (2.1-26)
A. Demonstração da imparcialidade da fé (2.1-13)
B. Tornando a fé viva pelas obras (2.14-26)
III. Controlando ataques à fé (3.1-18)
A. Dominando ataques da língua (3.1-12)
B. Evitando ataques de sabedoria terrena (3.13-18)
IV. Submetendo a fé a Deus (4.1–5.6)
A. Submetendo atitudes a Deus (4.1-10)
B. Submetendo ações a Deus (4.11–5.6)
V. Suportando o fruto da fé perseverante (5.7-20)
A. Desenvolvimento da paciência por meio da fé (5.7-12)
B. A oferta da oração em fé (5.13-18)
C. A expressão da compaixão em fé (5.19-20)
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